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Educação financeira para crianças e adolescentes. Como colocar em prática?


Você fala sobre dinheiro com o seu filho? Ele sabe quanto custa os serviços básicos e alimentos que estão na sua rotina diária? Ele sabe o valor de cada coisa? Para que ele entenda essa e outras questões, um dos assuntos que deve ser pauta nas conversas entre pais e filhos é educação financeira.

Mesmo com os mais novinhos, aprender mais sobre dinheiro na infância e adolescência terá importantes reflexos no futuro, no gerenciamento dos primeiros salários. E isso é ainda mais primordial atualmente, na sociedade consumista em que vivemos.

Eu quero! Mas você precisa disso?

A primeira premissa da educação financeira para crianças e adolescentes é mostrar o real valor de tudo o que consumimos. E não é tão fácil quanto parece! Não adianta fazer com que a criança saiba exatamente quanto custa um brinquedo e quanto os pais trabalharam para poder comprá-lo, sem que ela entenda que aquilo é um bem de consumo - muitas vezes, estimulado pela indústria de publicidade - e que ele não precisa daquilo. Diferente das compras da feira e/ou supermercado, que são itens substanciais para a nossa sobrevivência.

Não estamos falando que crianças não devem ter brinquedos, ou algo do tipo. Mas sim que é importante que os pais mostrem para os filhos que não podemos comprar tudo, simplesmente porque queremos. Fazer a criança refletir sobre a real necessidade de compra e os gastos exagerados é o grande desafio.

Ensinar a poupar

Nossa primeira dica é improvisar um cofrinho para a criança. Mas evite os tradicionais, que não podemos ver o dinheiro dentro. Prefira potes transparentes e incentive a criança a juntar moedas diariamente. “Ver” o acúmulo - crescendo diariamente - é benéfico para que a criança entenda o valor da recompensa em ter paciência e poupar. É uma boa técnica também para aqueles presentes mais caros. Muitos, chegam ao final do processo - com o cofrinho cheio - e desistem da compra, pensando em novos destinos para a quantia.

Mesada?

A mesada já foi vista como uma ferramenta de educação financeira, mas não é tão eficiente quanto pensam com os mais novos. Até os 7 anos de idade, evite dar mesada, principalmente se notar se o dinheiro é gasto sem reflexão, de forma automática e compulsiva.

Uma forma de mudar isso, além da sugestão do cofrinho, é oferecer dinheiro de vez em quando - sem uma data ou frequência fixa - e forçar a criança a escolher o que fazer. Se ela precisa de R$ 10 para a compra de dois gibis, por exemplo, dê apenas R$ 5 e force-a a escolher qual exemplar ela quer mais. A educação financeira deve envolver escolhas, em qualquer idade.

A partir dos 7 anos, a mesada já pode ser estabelecida. O valor é algo que varia de família para família, mas evite exageros. Analise os gastos mensais do seu filho (com base nos valores da cantina da escola, ingressos de cinema, etc) e estipule uma quantia. Lembre-o que se o dinheiro acabar antes do final do mês (sempre pague no mesmo dia e evite adiantamentos), ele ficará sem.

Com adolescentes, uma boa ideia é dar a responsabilidade de uma conta bancária simples e um cartão de crédito. Estipule um limite com o gerente do banco e não tenha receio de deixar o adolescente cometer erros, como pagar o rotativo. Faz parte do aprendizado! Mas lembre-se de ensiná-lo das armadilhas das suas escolhas e faça-o pagar cada centavo dos juros.

Mais dicas para educação financeira:

  • Brinque com jogos como “Jogo da Vida” e “Banco Imobiliário”;

  • Explique para os mais novinhos da onde vem o dinheiro e por que os pais têm que trabalhar;

  • Reforce a importância da doação, com valores e objetos para igrejas e entidades;

  • Evite recompensas por tarefas que devem ser feitas, como ir bem na prova e arrumar a cama;

Dê o exemplo

Como na maioria das dicas que compartilhamos aqui, lembramos de que nada adianta se dedicar por uma educação financeira saudável em casa se os pais não dão o exemplo. Evite discutir com o cônjuge sobre dinheiro e tome decisões com base no que for melhor para o orçamento familiar, como um todo.

Tenha um frasco - como o cofre dos pequenos - em casa e sempre coloque algumas moedas, para que eles vejam que os pais também sabem poupar. Explique sobre a poupança no banco e que sempre guardam o que sobra, para que tenham tranquilidade em tempos mais difíceis. E muita atenção aos hábitos de consumo: evite dívidas, compras por impulso e ceder a todos os pedidos das crianças. Falar não também é educar!

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